Até quando o pequeno produtor rural será tratado desta forma?
Na quarta-feira (09) o produtor de queijos Luiz Petrykowski da cidade de Caçador, interior de Santa Catarina foi algemado após desacato a Polícia Militar.
Luiz Petrykowski é produtor de queijo artesanal, tem 63 anos e sempre participava da tradicional Feira do Produtor Rural de seu município, onde é muito conhecido e tem grande clientela.
O motivo da prisão foi porque durante uma inspeção municipal a polícia militar apreendeu 3 mil reais em produtos feitos pela sua esposa, por não obter um selo exigido pelas autoridades de vigilância sanitária. O destino dos queijos seria o descarte, ou seja, jogado no lixo.
Os queijos do Sr. Luiz são conhecidos em muitas partes do Brasil e já conquistou importantes prêmios.
“Tudo poderia ser resolvido de forma amigável, pois os produtos eram reconhecidos e sempre estiveram dentro dos padrões de higiene” alega o produtor, que obviamente reagiu à ação da vigilância sanitária.
Todos os fatos acolhidos tanto da cena da prisão, da fala do produtor rural e da atenção dos deputados que defende os interesses da população, mostram que isso acontece em todo país, não só em pequenos municípios.
“Nós não somos indústria, somos produtores artesanais e se os órgãos competentes não possuem uma pessoa com formação adequada para promover esta fiscalização, que o façam, pois não podemos continuar sendo tratados desta forma. As autoridades e órgãos competentes precisam achar uma solução para nos ajudar e não olhar somente pela indústria”, explicou Petrykowski, cobrando ainda que se valorize ainda mais a produção rural das famílias no campo, pois é a forma que encontram para se sustentar.
De acordo com a nota da Associação de Comerciantes de Queijo – COMER QUEIJO a queijaria do Sr. Luiz está praticamente pronta para receber o selo de inspeção, faltando apenas alguns detalhes.
“Afinal, ele é um exemplo perfeito de honestidade e dedicação, que ajustou sua queijaria (limpíssima e bem organizada) em busca de melhorar seu produto para profissionalização e certificação. Se inscreveu no Prêmio Queijo Brasil onde recebeu uma medalha de prata. Com esse mérito reforçou a intenção de buscar orientação para se certificar (estava sendo apoiado pela EPAGRI)” diz a nota.
Todo este reboliço fez com que o certificado livre de brucelose e tuberculose dele (que estava em andamento) ficasse pronto 2 dias depois dele ser detido.
Certificado Livre de Brucelose e Tuberculose
Outro fato curioso e perturbador: a validade da certificação é até 18/01/22. Um ano depois do exame.
O segundo exame exigido para certificação foi feito em 18/01/21, mas ele só recebeu o documento 6 meses depois.
A renovação é anual, ou seja, os resultados ficaram prontos em menos de uma semana e o documento da certificação demorou 6 meses para ser recebido.
Desta forma, o produtor já tinha sua propriedade certificada desde 18/01/21, só não tinha o documento.
Apesar do constrangimento que passou e do dissabor enfrentado ele recebeu muito apoio da cidade, da internet, de deputados e isso o deixou bastante motivado! Força, Sr. Luiz!
Circulou nas redes sociais uma campanha solidária que foi realizada em apoio ao Sr. Luiz e demais produtores na mesma situação:
Eu apoio o Sr Luís. Conheço os queijos. Deve ter havido algo estranho, muito comum em grandes cidades.
É uma vergonha oque estão fazendo com os trabalhadores no Brasil,tem que prender os responsáveis pelos “órgãos fiscalizadores” que só pensam em dinheiro.
Enquanto isso as grandes indústrias continuam nos empurrando seus venenos ” dentro da lei”.
Concordo!!
cabe ao governo do estado e deputados mandar esses policiais e outros pessoal da fiscalização e mandar embora sem direito a nada.
cabe ao governo do estado e deputados mandar esses policiais e outros pessoal da fiscalização e mandar embora sem direito a nada.