Casa Vivá, um marco heroico de resiliência

Órgãos públicos que deveriam primar pelo acompanhamento, orientação e proteção de seus parceiros comerciais, muitas vezes se apresentam agindo de forma inconveniente

Por Mário Campello, escritor, poeta, artista plástico e membro da Academia Pelotense de Letras e Membro Correspondente da Academia Rio-Grandina de Letras

Empreender não é nada fácil. É necessário muita coragem, determinação, foco, proatividade e outras qualidades, próprias de heróis. O privilégio de ser pai do Cristian me deu a condição invejável de conhecer a Casa Vivá desde a sua fundação. E, afirmo, com todas as letras e com muito orgulho, que seus proprietários, Kely e Cristian, possuem, além da qualificação profissional, respeito e carinho pelo próximo, algo tão raro nos dias atuais. 

Sempre que posso, visito a Casa Vivá, e sempre saio de lá agradecido pela rica experiência que me proporcionam, superando minhas maiores expectativas. Lembro, uma tarde, muito aprazível, há uns três ou quatro anos, quando ocupava uma mesa, no seu antigo endereço, Rua Dinarte Ribeiro. Ouvi uma fala, com forte sotaque (acreditei ser de um paulistano) falando pro Cristian e pra Kely do seu encantamento pela Casa. Cumprimentou-os pelo trabalho e pela coragem do empreendimento, embora acreditasse que estavam no local errado. Uma Casa com estas características teria um mercado excelente em São Paulo ou Rio de Janeiro, não em Porto Alegre. O Cristian e a Kely sorriram agradecidos e argumentaram: 

— Mas aqui é nosso lar. 

Achei lindo e, em silêncio, concordei com eles. Depois, na intenção de crescimento e aprimoramento dos serviços prestados, Casa Vivá, mudou-se para a Rua Barão de Santo Ângelo. Um prédio com características históricas que com a criatividade do casal, ficou surreal… maravilhoso. E, neste espaço de tempo, tenho visto vários registros de reconhecimento à Casa Vivá: Caetano Veloso, Miguel Falabella, Lyoto Machida, Thomas Sampaio (@jovemdovinho) e tantos outros.

A dedicação da Kely e do Cristian, o cuidado, o zelo, o profissionalismo, sem abdicar do carinho com tudo e com todos, é apaixonante. E, olha só: a Casa Vivá, possui a maior carta de vinhos naturais da América Latina e só por isso, no meu entendimento, deveria ser considerada um patrimônio porto-alegrense e, protegida como tal. 

Mas, infelizmente, nós, seres humanos, não somos perfeitos e, a inveja, este sentimento tão mesquinho, muitas vezes, extrapola seus limites, e utiliza denúncias anônimas, tão cômodas para atender muitas frustrações. E os órgãos públicos que deveriam primar pelo acompanhamento, orientação e proteção de seus parceiros comerciais, muitas vezes se apresentam agindo de forma inconveniente. A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, disse haver recebido três denúncias contra a Casa Vivá (duas anônimas e uma com assinatura indefinível). E isto foi suficiente, para realizarem as ações flagradas pelas câmeras da Casa Vivá. Será que a Secretaria de Saúde de Porto Alegre, terá coragem de assumir seu despreparo e reparar os danos cometidos ou deixará que o tempo, que tudo apaga, se encarregue do esquecimento desse aviltamento? Após este fato, tão lamentável, tentando se redimir perante a opinião pública, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, anuncia que seus fiscais passarão a usar câmeras corporais. Mas, se for constatada alguma irregularidade, a Secretaria além de responsabilizar os fiscais fará a devida reparação aos atingidos? Se precisarem de imagens dos atos delituosos praticados contra a Casa Vivá, basta segui-los no Instagram @casaviva.br. Está tudo registrado lá.

Meus votos são que os prejuízos sejam ressarcidos e, que não somente os empreendedores, mas todos que acreditam na justiça e querem vê-la vitoriosa, se unam contra esses atos. E, que Kely e Cristian não deem ouvidos ao paulistano… não desistam de Porto Alegre. Acredito, Cristian e Kely, que quando vocês iniciaram a caminhada, na concretização desse belo sonho — “Casa Vivá” — já pressentiam que não seria um caminho fácil, por isso escolheram o nome “Vivá”, que em Tupi-Guarani significa “forte como a natureza”. Então, sigam em frente! Estamos juntos pro que der e vier!

As informações são da Gaúcha ZH.

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