De médico veterinário a superintendente da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Conheça Gilson de Assis Sales, um grande especialista em Queijo Minas Artesanal, com reconhecida trajetória à frente deste produto que é um dos mais amados do mundo! Confira a primeira parte da entrevista concedida ao Portal do Queijo:
Conte-nos um pouco sobre você e sua experiência com queijos.
A minha história tem diversos caminhos até chegar à Superintendência da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Me formei em 2005 na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em medicina veterinária. Quando me formei, recebi uma proposta de trabalho com Queijo Minas Artesanal (QMA), ou na região da Canastra ou no Alto Paranaíba. No entanto, quando fui para o processo seletivo, minha empregadora me indicou para a região da Canastra, embora eu não tivesse muita experiência na época. Meu primeiro contrato profissional foi com a Agrifert. Me lembro que a minha chefe atuou no primeiro convênio que o estado de Minas Gerais fez com a França para trazer tecnologia para queijos artesanais, entre 2000 e 2005. Tinham muitas missões francesas de produtores da França que vinham pra cá e de produtores brasileiros que também visitavam a região de produção naquele país.
Como você atuou como médico veterinário nesse projeto?
Na verdade, eu era funcionário da Agrifert, mas representava a Aprocan (Associação dos Produtores de Queijo Canastra), então eu participei ativamente do processo de criação da Aprocan, da organização dos produtores, das reuniões, do recolhimento dos documentos para indicação geográfica e da qualidade do leite e do queijo. Digo ativamente, pois fiz coisas como as primeiras caixas, a logo da Aprocan e as plaquinhas nas queijarias. Eu já entendia que as pessoas precisavam ter um aspecto de pessoalidade com a associação. A partir do momento que eles reconhecessem que aquilo era deles, passariam a participar mais. Atuei como veterinário mesmo na parte de tecnologia e qualidade do leite e queijo.
Como foi trabalhar na região da Canastra?
A determinação de eu ir para a Canastra mudou totalmente a minha vida. Fui morar em um município de seis mil habitantes, não tinha celular, fui aprender a trabalhar lá. Vivi com os produtores e fiz o trabalho de assistência técnica e orientação.
Além da Canastra, você participou das produções de queijo em outras regiões?
Isso aconteceu, pois a pessoa que foi selecionada para a região do Alto Paranaíba acabou saindo. Então comecei a atender esporadicamente além da Canastra, o Alto Paranaíba, o Cerrado e Araxá. E foi assim até 2008, quando recebi uma carta que tinha sido chamado no IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e aceitei.
Você foi concursado pelo IMA?
Sim. Prestei concurso em 2005, mas fui chamado para trabalhar em 2008.
E a partir daí conseguiu voltar para Belo Horizonte?
Tinha diversas opções de lugares que eu poderia trabalhar, mas não tinha em BH, então escolhi Piuí – MG. Já na minha apresentação eu perguntei se eu poderia pensar em voltar para BH porque tinha alguma experiência com queijos e me foi informado que sim, mas que no momento era para focar no trabalho na região. Por lá trabalhei de forma mais intensa com fiscalização, era chefe do escritório seccional, mas também atuava na parte de educação sanitária e fiz a regularização de algumas queijarias da região. Em 2010, fui convidado para assumir um projeto do Termo de Ajustamento de Conduta.
Confira a segunda parte desta entrevista aqui.
Acompanhe Gilson Sales pelo Instagram @gilsondeassissales
Parabéns pela conquista, continua lindo como sempre.
Atenciosamente,
Ingrid Guedes