Imagine ao saborear um delicioso queijo e, de repente, ter uma reação alérgica? Isso foi o que aconteceu com Fernanda Senra (@fesenra), nossa leitora, que sugeriu esta pauta para o Portal do Queijo.
Segundo ela, que alérgica à penicilina, se deparou com essa surpresa ao saborear um dos queijos que mais gosta. Ao pesquisar na internet, se deparou com uma informação preciosa, encontrada no site Wikipédia:
“O Penicillium é um gênero de fungos, o comum bolor do pão, que cresce em matéria orgânica especialmente no solo e outros ambientes úmidos e escuros. Por contágio, contaminam frutas e sementes e chegam a invadir habitações, sendo responsáveis pelos bolores que se instalam em alimentos para consumo humano…. Além da penicilina, outras espécies de penicillium têm valor econômico, especialmente na produção de queijos e vinhos. Seu mofo não é considerado ruim para a saúde…”
Diante dessa questão, nossa equipe procurou dois especialistas para explicar aos nossos leitores tudo sobre este fungo. Um deles é professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Luiz Henrique Rosa e a nutricionista, nossa colaboradora, Raphaella Cordeiro.
Luiz Henrique é professor/pesquisador especialista na identificação de fungos filamentosos (mofos e bolores) e, recentemente, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas e pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FEAMG) o acionaram com o Instituto de dar início ao conhecimentos das espécies de fungos presentes nos queijos mofados. Este estudo terá início em breve dará muitas respostas úteis para ajudar os produtores a melhorar, a médio e longo prazo, sua produção de queijos mofados e assim, contribuir para o avanço desse setor no estado, Brasil e no mundo.
De acordo com Luiz Henrique, os queijos sofrem interferência direta dos micro-organismos quanto as suas características organolépticas. “Entre estes micro-organismos temos as bactérias e os fungos (também chamados mofos ou bolores)”, comenta.
Segundo ele, as reações alérgicas não são tão comuns nas pessoa, porém, as pessoas susceptíveis têm que tomar cuidado sim mas com qualquer produto e não só os queijos mofados. A nutricionista Raphaella Cordeiro, deu a mesma sugestão.
Como detectar a alergia?
Detectar essas alergias pode ser difícil para muitas pessoas. Luiz Henrique ressalta que saber se o fungo ou suas substâncias causam alergia não é tão fácil, pois o queijo possui uma constituição bem diversificada e a possível alergia pode ser oriunda de outro componente, como por exemplo a intolerância aos derivados do leite ou a bactérias contaminantes (como o Staphylococcus aureus).Ele explica que, geralmente, ou as pessoas já possuem um histórico médico das sustâncias as quais são alérgicas ou só descobrem quando entram em contato. No caso dos queijos mofados a melhor alternativa é na hora do consumo, o fazer em pequenas porções e verificar algum sintoma.
Raphaella Cordeiro reforça que a identificação de fatores alergênicos pode ser feita por meio de exames específicos, mas na maioria das vezes, infelizmente, as pessoas só descobrem na hora do consumo. A orientação dela é de que, a partir do momento que descobrem serem alérgicas a algum alimento (ou componente do alimento) estas pessoas devem não mais consumi-lo e nem consumir algo que ficou em contato com estes alimentos, inclusive ter cuidado com facas, garfos, etc. Ela destaca ainda que a alergia pode ser grave e levar até a morte dependendo da sensibilidade de quem consume e da quantidade também.
Como se precaver então?
Luiz Henrique sugere que o consumo de queijos mofados com procedência referenciada e em pequenas porções antes de conhecer o efeito do produto. Raphaella também alerta sobre a procedência. “ É importante também ficar atento à produção dos queijos, pois queijos livres do fungo alergênico não podem ser feitos ou comercializados em locais que tenham queijos com este fungo ou a bactéria alergênico (a). É preciso ficar atendo ao que compra, onde compra e onde foi fabricado. Quando não for possível, opte por não comer nada que possa desencadear o processo alérgico”, salienta.
Mitos e verdades
Perguntamos aos especialistas sobre alguns mitos e verdades em relação a este universo. De acordo com Luiz Henrique, os queijos mofados fazem parte da história da humanidade. Assim, diferentes sociedades já o consomem rotineiramente, alguns países mais outros menos. Por ser um produto com bons valores nutricionais, os queijos representam bons alimentos no geral e em poucos casos causem algum problema para os consumidores (uma exceção). Um queijo mofado só terá potencial de causar problemas de saúde se o produto não estiver entro dos parâmetros corretos de qualidade, se estiver contaminado por exemplo. Já Raphaella ressalta que é um mito pensar que queijo com fungos estão estragados. “Alguns queijos são exatamente atraentes e saborosos devido a presença de fungos que assim dão características individual a cada um deles”, salienta.
Você tem alguma curiosidade? Pergunte aqui que vamos buscar explicações com os especialistas. Em breve, destacaremos aqui sobre o estranho mundo vivo do interior de um queijo.
Eu não sabia que poderia ter uma crise alérgica ao manusear o queijo Brie. Meu marido comprou e trouxe ora casa, ele era enorme, veio numa caixa como uma pizza. Eu fui guardar e como era muito grande, cortei em pedaços e embrulhei para guardar melhor. Logo eu manuseado, comecei a espirrar, senti meu nariz coçando e comecei com uma tosse boba.
Guardei o queijo, em seguida já comecei. A passar mal, uma tosse continua, a boca seca, cheguei a tossir e espirrar tanto que vomitei. Percebi então que minha língua e garganta estavam com sensação de inchada. Mas não me liguei.
Fui dormir e passei mal a noite toda, desencadeou coceira por todo corpo, tosse, espirro e a boca muito seca, tomei por cerca de 1,5 ml de água em bolinhos pra Unilever a garganta. Pela manhã, chamei meu esposo e pedi pra me levar ao hospital, estava me sentindo muito mal, minha garganta doía, a boca seca, e eu estava sentindo os mesmos sintomas de quando tenho crise alérgica e a flor e fechando. Lembrei da poeira do queijo que ate onde eu sei são fungos. Não sabia que tinha nada a ver com quem tem alergia a PENICILINA, e eu sou alérgica. Fui pesquisar na internet e vi esse post, que me chamou a atenção. Graças a Deus pela orientação de vocês, deu tempo de eu ser socorrida. Tomei o medicamento pra combater a crise e prossigo com medicação oral.
Obrigado pelo esclarecimento.
Gostaria que colocassem meu comentário em seus posts, pra que sirva de orientação a outras pessoas, assim como me foi muito útil.
Sem mais, agradeço.
Rosangela Smid
Obrigado por curtir a nossa página. É um prazer ter você como nosso leitor. Continue nos acompanhando. http://www.portaldoqueijo.com.br
Obrigado por curtir a nossa página. É um prazer ter você como nosso leitor. Continue nos acompanhando. https://portaldoqueijo.com.br.
Estava pesquisando na internet e vi seu Blog. Achei o conteúdo muito bom! Parabens!! Dr. Sammy
Meu marido ,que é mineiro e sempre devorou queijos e preferencialmente da Serra da Canastra, comprou um queijo prox. á Caxambu e teve uma reação alérgica após comer o queijo.Procuramos analisar os ingredientes no rótulo do produto. Duas coisas me chamaram atenção. Leite cru e pingo.Pesquisei o que seria pingo e descobri que é uma forma diferente no preparo . Fizemos novos testes e por duas vezes houve a mesma reação inchaço acentuado nos lábios. Saberiam explicar o que nesse procedimento pode causar alergia? Descartada a intolerância á lactose.
“Como elaborar o pingo – queijo Canastra” https://www.queijosnobrasil.com.br/portal/tudo-sobre-queijo/297-como-elaborar-o-pingo-queijo-canastra-2
Sou a mesma que falou sobre alergia do queijo Canastra. Aqui está a pesquisa que fiz.Obrigada