Criado na zona rural do município de Santo André, no semiárido paraibano o produtor, Carlos Pontes, diz viver a vida que gosta em sua propriedade. Para ele, que já se viu na necessidade de buscar oportunidade em outro lugar, é uma satisfação poder retornar e cuidar das terras que um dia foram de seus avós.
“Já precisei me afastar da propriedade por questões financeiras e fiquei um ano trabalhando em João Pessoa, mas voltei para ajudar meu pai. Hoje, cuido do sítio para não ver cair em outras mãos, e sou muito feliz trabalhando com isso e seguindo os caminhos do meu pai na roça”, conta.
Antes do Senar chegar a propriedade com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e suas capacitações, Carlos, que é caprinocultor só tinha como renda a venda do leite de suas cabras, mas também produzia queijo para consumo próprio. No entanto, não tinha a orientação necessária para dar início a produção de ambos os produtos para venda.
Foi após o curso de produção de queijo de cabra realizado pelo Senar em Santo André, que o produtor começou a produzir o queijo para comercialização e melhorou consideravelmente os seus lucros e produção.
“Agora ele tem um manejo de ordenha controlado e no manejo nutricional ele vem aderindo algumas práticas como a dieta para os cabritos, vem diminuindo a quantidade de animais e melhorado o rebanho, mas o forte dele hoje é a inserção das tecnologias que vem aprendendo em nossas capacitações na sua produção de queijos, que já está sendo comercializado de forma independente na região”, destaca o técnico de campo do Senar, Flávio Gomes.
Hoje, Carlos conta que o seu maior sonho é conseguir comprar um carro através do seu trabalho com a venda do leite e do queijo de cabra. Para ele, além de ser uma conquista seria também uma grande ajuda no seu trabalho.
“Meu sonho é comprar um carrinho com o dinheiro do leite de cabra, porque necessitamos dele para transportar o material aqui da propriedade e para levar a família para passear também. Além disso, eu ainda pretendo crescer mais na agricultura e aumentar a minha produção”, diz Carlos.
Donária Correia, é casada com o produtor a 11 anos e disse que apesar de morar na zona rural durante toda sua vida, só passou a se interessar em participar do dia a dia do campo após o incentivo do seu marido.
“Eu sempre morei no campo, mas nunca havia trabalhado com isso, até que um dia vi meu esposo fazendo a ordenha de uma cabra e pedi para tentar. Ele me mostrou como fazer e me deu suporte durante a atividade e hoje sigo fazendo de tudo um pouco na propriedade junto com ele”, falou Donária.
O secretário de Agricultura do município, Alex Barbosa, aproveitou o momento para ressaltar o fato que para um produtor produzir não é necessária uma grande propriedade mais sim conhecimento e força de vontade.
“Para produzir você não precisa ter uma grande propriedade. Se você souber se organizar e tiver a vontade de fazer acontecer, você consegue ter a sua autonomia e tirar a sua fonte de renda da sua pouca terra. Essa é uma das características mais marcantes dos produtores do nosso município”, finalizou o secretário.