Apesar da alta verificada nos preços recebidos pelos produtores de leite, a demanda pelo produto segue menor que a esperada pelo setor, mesmo após o retorno às aulas quando, normalmente, a demanda pelos produtos lácteos aumenta. A demanda menor é atribuída ao comprometimento da renda das famílias, em função do maior desemprego. Além disso, com a matéria-prima se valorizando no campo, o repasse desse aumento ao consumidor dificulta ainda mais as vendas.
“O mercado do leite subiu, mas alguns fatores merecem atenção. Do lado da produção, nos próximos meses, haverá um volume maior no Sul do País. Outro ponto são as importações que estão em alta, e isso colabora para aumentar a concorrência do leite nacional com o importado, aumentando a pressão e limitando o aumento dos preços do leite. O terceiro ponto é a demanda interna, que está patinando. Juntos estes fatores podem limitar as altas de preços em médio e curto prazos”, explicou o consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho.
Para abril, a maioria dos representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea espera novo aumento nos preços do leite recebidos pelo produtor. Porém, as possibilidades de estabilidade em curto e médio prazos ganham força, devido à demanda enfraquecida.
Crédito: Portal Jornal Diário do Comércio