Serra da Canastra: Sabor, fama e valor

Queijeiros da Serra da Canastra resgatam a cultura centenária de maturar o queijo, aumentam os lucros e melhoram condições de vida

 

Em São Roque de Minas, cidade de 4.500 habitantes da região da Serra da Canastra, aprende-se a fazer queijos na infância. Quem não trabalha no comércio, faz queijos. Mas o produto andava desvalorizado, vendido fresco, a preços módicos na porta das propriedades. Os queijeiros haviam se tornado reféns dos “atravessadores”.

O presidente da Aprocan (Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal da

Produtores Lúcia e Ivair de Oliveira

Serra da Canastra), João Carlos Leite, explica que isso acontecia por causa da necessidade de retorno financeiro rápido e da informalidade dos produtores, que trabalhavam sem atender às exigências do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária e Abastecimento).

Mas, desde que a Aprocan e outras entidades, decidiram estudar os modos de produção dos queijeiros, esta realidade vem se transformando. Eles aprenderam a maturar o queijo – processo que lhe confere sabor diferenciado, textura levemente crocante por fora e cremosa por dentro – e eleva o preço da iguaria em até cinco vezes.

A boa aceitação é tanta que os queijeiros não estão dando conta das encomendas. É o caso, por exemplo, dos produtores Lúcia e Ivair de Oliveira. O casal construiu uma ampla queijaria, com espaço específico para maturação e, agora, vende o queijo maturado em mercearias e restaurantes requintados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “Com frequência, recusamos pedidos por não termos estoque”, conta Ivair, que já foi agricultor, dono de confecção e mecânico.

 

VENCENDO O MEDO

    Wanderson e Lourdes Faria e seus filhos.

Espelhados na bem-sucedida experiência dos vizinhos Lúcia e Ivair, Wanderson e Lourdes Faria – produtores de queijo há 12 anos – preparam-se para integrar a Aprocan, que oferece assistência técnica e financeira. “Temos receio de fazer dívida. Mas estamos nos enchendo de coragem”, disse Wanderson.

O que o casal ganha, hoje, empata com o que é gasto para alimentar e tratas as 30 vacas e pagar outras despesas. Wanderson quer inverter a situação: vai separar, todo mês, algumas unidades de queijo para curar. Ivair prometeu ajudá-los a escoar a produção, indicando seu queijo aos fregueses que ele não dá conta de atender.

 

Fique ligado no Portal do Queijo e nas redes sociais, nas próximas semanas, vamos continuar falando sobre o Queijo da Serra da Canastra.

Créditos: Maria Teresa Leal/Ignácio Costa

Fonte: Sistema Faemg

 

3 thoughts on “Serra da Canastra: Sabor, fama e valor

  1. Amélia Nogueira says:

    É mesmo um grande prazer ler essa matéria pois me deu boa informação por ter ido direto ao ponto. Quero deixar meu agradecimento e ressaltar que valeu mesmo a pena, pois aprendi algo mais sem rodeios. Parabéns mesmo.

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