O queijo do Serro é tradicionalíssimo, com mais de 3 séculos de história. São mais de 700 produtores elaborando queijos com leite cru de vacas da região da cidade do Serro, localizada no norte de Minas Gerais, região da Serra do Espinhaço.
Tradicionalmente são queijos vendidos ainda frescos, ou com pouco tempo de cura, mas isto está mudando. Produtores estão cada vez mais curando seus queijos, o que acentua o sabor, e o preço.
Voltei recentemente de uma viagem à região e trouxe alguns queijos para curar em casa. O último, um queijo do produtor Eduardo Melo, com maturação de 30 dias, deixei por mais 45. Isso resultou em um queijo picante, com sabor muito forte e complexo.
Que vinho abrir para beber com este queijo? Um vinho que possua uma potência igual, porém com uma acidez que quebre a gordura. Erra quem pensa que eu abriria um tinto. Iria com um branco aromático e de alta acidez, como um bom Riesling alemão.
A Riesling é uma das minhas variedades preferidas. De origem Alemã, se dá muito bem também na Alsácia, região francesa que já foi parte da Alemanha. Seu vinho é extremamente aromático, com uma boa acidez, leve e envelhece muito bem. Aliás, os Rieslings ficam muito mais interessantes depois de envelhecer alguns anos! Quando jovem apresenta aromas de frutas cítricas e flores, mas após alguns anos na garrafa, desenvolve aromas de petróleo, querosene, pedras e o que os entendidos gostam de chamar de mineralidade.
Eu escolhi o Riesling Kabinett da Selbach, safra 2010. Como o queijo e o vinho são potentes em sabor, um não se sobrepõe ao outro. A acidez do Selbach limpa o palato da gordura do queijo do Serro do Eduardo Melo, valorizando ainda mais seu sabor!
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